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O que os lojistas podem esperar para 2023

 

 

Se tem uma questão que aflige os empresários a poucos dias da definição sobre quem será o novo presidente do Brasil é: o que vem por aí na economia?

            Apesar da polarização em torno de dois candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, três economistas ligados ao mundo do varejo não preveem catástrofe para o país em 2023.

            Para três Fábios consultados pelo Diário do Comércio, Silveira, Bentes e Pina, o país não deve registrar taxas robustas de crescimento, mas tampouco passará perto de uma recessão.

            Considerada o coração da economia, a taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, muito provavelmente deve se manter elevada pelo menos no primeiro semestre do ano que vem. Naturalmente, se o crédito é caro, famílias e empresários são desencorajados a comprar e investir, situações que provocam um esfriamento da economia.

            Para Silveira, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve crescer 1,7% em 2023. Bentes prevê alta menor, entre 0,5% e 0,7%. Pina, mais otimista, projeta crescimento de 2%.

            O fato é que, para eles, todos esses números, de 0,5% a 2%, estão bem abaixo de taxas que o país precisa para dar uma arrancada em sua economia. Ao mesmo tempo, o mundo passa por uma crise, desencadeada pela pandemia do novo coronavírus e agravada pela guerra na Ucrânia.

            “No exterior, principalmente na Europa, há uma dependência maior de energia elétrica da Rússia, com expectativa de alta de juros. Aqui, o ciclo de alta se completou”, diz Bentes.

            “Felizmente, o Banco Central do Brasil é um agente independente, ainda que não formalmente, com bastante autonomia para tomar decisões”, diz Silveira.

            “Apesar da polarização, as eleições transcorrem sem muitas aventuras. Há diferenças entre os governos, mas não se fala em fórmulas, como congelamento de preços e poupança”, diz Pina.

            Com taxas de juros ainda elevadas, os setores de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis, deverão ser os mais atingidos em 2023, já que dependem de financiamento.

            Menos dependentes de crédito, os setores de supermercados, farmácias e os serviços já devem ser favorecidos ao longo de 2023.

            O importante, diz Pina, é o lojista não errar na dose. Se comprar demais, pode ter de arcar com os custos dos estoques. Se comprar pouco, pode perder oportunidade de vendas. Daí a importância de acompanhar os cenários e cuidar da gestão dos negócios. (FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO)