Como uma marca demonstra estar de fato comprometida com a agenda ESG? A resposta a essa pergunta passa por uma mudança cultural que vem sendo perseguida pelas empresas nos últimos anos. Diante de uma opinião pública mais consciente - social e ambientalmente - o varejo já não pode mais prover serviços e produtos, apenas.
É preciso romper padrões. Ir além de serviços e produtos sustentáveis, e agir de maneira sustentável, diversa e transparente, prestar contas, ter responsabilidade corporativa, garantir que isso esteja na cultura do negócio.
Pelo menos é dessa premissa que Andrea Ramos, fundadora da DisrupDiva, parte ao ser convidada por empresas para construir uma estratégia de impacto alinhada com os 17 objetivos de sustentabilidade da ONU a fim de transformar o jeito de fazer investimentos e negócios.
Embora falar sobre temas relacionados ao ESG não seja uma novidade, Andrea aponta que o despertar para o entendimento dessa prática ainda é algo recente para o varejo. Com áreas específicas que cuidavam desses pilares de forma separada, avançar na pauta social, por exemplo, precisa acontecer de maneira uniforme na empresa.
Reprogramar uma gestão baseada em responsabilidade social, ética e sustentabilidade em todas as áreas, segundo Andrea, passa por alguns desafios. Abrir mão de coisas que não esperava; pensar diferente; trabalhar mais; variar investimentos; envolver todos os setores desde o início do planejamento são alguns deles.
Ao palestrar durante o Web Summit 2022, um dos eventos de tecnologia mais importantes do mundo, que trouxe como pauta a agenda ESG, Parag Parekh, diretor global de digital da Ikea, citou que a companhia tem se atentado para o fato de que o conceito de lar tem mudado para muitas famílias, especialmente, com a guerra da Ucrânia e a pandemia de Covid-19, além de muitos outros problemas.
Com metas e compromissos globais, o executivo diz que a varejista tem como objetivo criar a vida cotidiana melhor para seus clientes e, assim, "fazer a diferença no mundo em nossos próprios quintais".
Segundo Parekh, a companhia quer inspirar os clientes a viverem uma vida mais sustentável em casa. Ao citar o serviço de recompra e revenda de produtos, o Buy Back & Resell, lançado no último ano, o diretor afirma que a Ikea deve se tornar uma empresa de economia circular até 2030.
A opção já se tornou permanente em 37 lojas nos Estados Unidos, dando aos clientes a oportunidade de vender seus móveis IKEA usados em troca de crédito na loja. A ideia é suscitar, por meio de uma ação coletiva, novos hábitos de consumo que ajudem a enfrentar a crise climática e criar um impacto positivo na cadeia de consumo. (FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO)